Apesar de toda a preparação, é no momento da entrega que a verdade aparece. Quando estou no púlpito, com a Bíblia aberta, e centenas de rostos olhando pra mim em expectativa. Ali eu me sinto trêmulo, vacilante e frequentemente tímido. Tenho que superar o meu medo natural para anunciar com clareza e alta voz o sentido do texto bíblico e fazê-lo chegar até os corações e as mentes.
Durante a pregação, manter contato visual com as pessoas, perceber se estão seguindo, sendo encorajadas, se estão sendo abençoado ou se estão simplesmente se sentindo enfadonhas. Em seguida, ajustar o horário, as palavras, o tom, o timbre da voz, até que a palavra penetre finalmente por entre as barreiras, obstáculos e dificuldades que as pessoas levantam em suas mentes e aí seus corações quando vem a igreja.
E quando o sermão termina, não termina a minha tarefa. Sinto-me geralmente arrasado, fracassado, como quem fez um péssimo trabalho. Não poucas vezes vou pra casa procurando um buraco pra me esconder. E aí que tenho que orar, pedindo perdão a Deus, e suplicar que a palavra pregada, mesmo de forma imperfeita, seja usada por ele para converter e santificar. Um sentimento de vazio com frequência entra em meu coração, como alguém que não fez o que deveria ter feito direito.
As noites de domingo, na cama, são aquelas em que a insônia torna-se minha companheira.
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